A Autoridade em Desenho Humano

Se um especialista tivesse que comunicar apenas uma caraterística do Desenho Humano seria a Estratégia e a Autoridade. Nós somos as decisões que tomamos mais do que o ambiente que nos influencia. Todos os dias, acordar e viver é uma escolha. É uma escolha como tratamos o nosso corpo, a nossa mente, o nosso coração. Tudo o que somos e sentimos é fruto daquilo que escolhemos. No entanto, muitos de nós sentimos que somos meros joguetes da sorte e vivemos uma vida fruto das circunstâncias. É certo que estamos longe de viver num mundo ideal. O privilégio ainda impera e somos ainda vítimas das nossas circunstâncias, desde a cor da nossa pele até ao país em que nascemos. O “privilégio” não existe no Desenho Humano e todos temos acesso a viver na nossa autenticidade.

Perante qualquer situação na nossa vida, podemos ser reativos ou conscientes. Na reatividade funcionamos em piloto automático dentro das nossas sombras e condicionamentos. Na consciência existe um espaço de tempo para fazermos uma escolha. É aí que reside a nossa Autoridade em Desenho Humano.

A Autoridade pode ser encarada como uma espécie de juiz interior. É um mecanismo inato no nosso corpo que nos dá uma resposta. A mente não é boa conselheira para nós próprios. Podemos usar a mente e racionalizar se estivermos na posição de aconselhar os outros, mas para nós, não serve. A mente trai-nos constantemente. Talvez porque temos demasiada informação, talvez porque a mente fica manchada pelos nossos sentimentos e não consegue funcionar de forma isenta. Ou talvez porque a mente é mesmo inútil nestes casos porque a nossa Autoridade funciona alinhada com o nosso Desenho e como tal, com tudo aquilo que o Universo tem alinhado para nós.

Existem 7 tipos de Autoridade em Desenho Humano. A Autoridade está relacionada com a definição dos nossos centros energéticos e existe segundo uma hierarquia. Isto é, alguns de nós podemos ter vários centros com Autoridade definidos, mas há sempre um que fala mais alto. Algumas Autoridades são exclusivas de certos Tipos de Energia ao passo que outras podem ser comuns.

Autoridade Emocional

A Autoridade Emocional é a mais forte e qualquer Tipo de Energia excluindo os Refletores podem tê-la. Para ser uma Autoridade Emocional basta ter o Plexo Solar definido. Isto quer dizer que aproximadamente metade da população mundial tem esta Autoridade. A Autoridade Emocional está ligada àquilo que sentimos.

O Plexo Solar é um centro de consciência e um centro motor. Por este motivo, quem recebe a energia deste motor de forma constante, sente-a de forma arrebatadora. O Plexo Solar está aliado ao sistema nervoso e o nosso sistema nervoso responde às nossas emoções que se movem como ondas dentro de nós.

É, por isso, natural que todos nós, perante uma decisão mais ou menos importante, reaja emocionalmente. Quem não ficaria eufórico perante uma proposta de um trabalho de sonho? Quem não ficaria dececionado quando tem de escolher entre terminar a relação com alguém que ama ou ir viver para longe dela? As emoções estão sempre presentes em todos nós com mais ou menos influência, mas no caso das Autoridades Emocionais estas têm sempre uma dimensão superior e pela sua volatilidade devem ser relativizadas.

A resposta de uma Autoridade Emocional é tão forte e espontânea que pode ser inimiga das decisões que verdadeiramente se alinham connosco. Assim, para o indivíduo com Autoridade Emocional tomar decisões deve buscar a Clareza Emocional.

Se imaginarmos as nossas emoções como ondas, sabemos que umas são maiores e outras são menores. Sabemos que umas se enrolam e agigantam antes de se espalharem à beira da praia. Há ondas que mal chegam à areia e se dissipam facilmente. Assim são as emoções das pessoas com o Plexo Solar definido. Quando uma emoção grande os invade e se propaga por todo o seu corpo, elas agem num ímpeto, governadas por essa emoção. O que sabemos é que as emoções, assim como as ondas, passam e se sucedem e o que interessa é o que fica. Alguém com Autoridade Emocional não deve tomar nenhuma decisão no momento e sob a influência das emoções. Devem sim aguardar que as suas emoções se acalmem, que a onda passe e, idealmente, dormir sobre o assunto.

Qual de nós com ou sem Autoridade Emocional não aceitou um convite porque lhe parecia algo bom no momento e depois, no dia a seguir, arrependeu-se? Isto não quer dizer que as emoções do Plexo Solar sejam falsas. Pelo contrário, elas são bem puras, mas são momentâneas. Se no dia seguinte a decisão emocional permanecer, então aí, sabemos que são constantes e alinhadas com o nosso Eu Autêntico.

É claro que esta necessidade de tempo não se aplica a pequenas decisões do dia-a-dia. Tal como já foi referido, há ondas e ONDAS que normalmente são proporcionais à importância das decisões. Onde for possível, alguém com Autoridade Emocional deve usar o tempo para obter essa Clareza Emocional, idealmente 24 horas. Aí, quando as águas já não estão turvas e a espuma da onda desapareceu, a Autoridade Emocional pode fazer a escolha certa.

Autoridade Sacral

A Autoridade Sacral é Autoridade dos Geradores e Geradores Manifestantes que não têm o Plexo Solar definido. A Autoridade Sacral é a mais simples de aplicar e masterizar se, de facto, conseguirmos estabelecer uma relação próxima com o nosso Sacro.

A Autoridade Sacral, sendo apanágio dos Geradores e Geradores Manifestantes, funciona extremamente bem com a sua Estratégia de Esperar para Responder. Por esse motivo, a Autoridade Sacral é muito eficiente com perguntas binárias: “sim ou não?” ou “isto ou aquilo?”.  Perante uma pergunta, o indivíduo sente uma resposta corporal na zona sacral que será de conforto ou excitação ou de desconforto ou desânimo. Um Gerador (Manifestante) bem conectado com o seu corpo conhece bem aquele impulso energético do Sacro, como se milhentas estrelas se acendessem dentro de si ao mesmo tempo, quando está perante algo que lhe agrada. Por outro lado, conhece bem o sentimento de resistência, como uma náusea ondulante, perante algo que não lhe diz nada.

A vantagem da Autoridade Sacral é que funciona com tudo, desde as decisões mais mundanas até aquelas que podem mudar a vida. O Sacro é o centro da vida e da energia e está sempre a responder ao Universo. O Gerador (Manifestante) vive num mundo de sensações constantes às quais o Sacro responde. O seu poder é tão forte que mesmo quando o Plexo Solar está definido e é a Autoridade Emocional que reina, o Sacro não deixa de dar um ar da sua graça.

Uma boa forma de exercitar a voz da Autoridade Sacral é tentar reduzir tudo a duas opções e não esquecer que, para a Autoridade Sacral, tudo o que não for um “Sim” gritante e óbvio é um “Não”. Se tens Autoridade Sacral e sentes que precisas de pensar sobre o assunto é porque é um “Não!”, pelo menos naquele momento. Da mesma forma, se a oportunidade que tens em cima da mesa tem demasiadas variantes, não tenhas receio de pedir para te simplificarem a escolha ou fazerem a pergunta de forma mais clara ou tu mesmo fazeres esse processo de eliminação até teres só duas opções.

Autoridade Esplénica

A Autoridade Esplénica está ao dispor dos Projetores e dos Manifestantes quando estes não têm o Plexo Solar definido e constitui uma Autoridade intuitiva na verdadeira aceção da palavra. A Autoridade Esplénica acontece no momento, fala uma só vez e bem baixinho. É, por isso, fundamental que alguém com Autoridade Esplénica esteja bem familiarizado com ela porque é demasiado fácil de não a ouvir.

Os indivíduos com Autoridade Esplénica devem tomar as decisões no momento e a quente, pois é só perante a oportunidade que ela se manifesta. Se metermos vários pratos de comida à frente de um indivíduo com Autoridade Esplénica, ele é capaz de ter uma vozinha lá dentro que lhe diz “Não comas o frango porque está estragado.” Se um individuo com Autoridade Esplénica tiver de escolher um caminho para casa, a sua intuição vai dizer-lhe qual é o caminho mais seguro mesmo que seja o mais longo.

O centro esplénico (ou do baço) funciona na base da autopreservação. Não é à toa que é conhecido como o centro dos medos e, por isso, vai sempre falar-nos ao ouvido dizendo-nos para escolher o que é melhor para nós, o que nos vai fazer bem e o que precisamos.

Para quem tem Autoridade Esplénica, é fundamental saber sossegar a mente e conseguir fazer um silêncio interior porque a voz do Baço é muito baixinha e instantânea, é fácil perdê-la se vivermos num constante diálogo interno. Práticas de meditação e exercícios de respiração são boas ajudas para reconectar com o poder desta Autoridade tão intuitiva. A palavra-chave para as Autoridades Esplénicas é confiar. Quanto mais confiarem na vossa intuição mais afinada ela ficará e mais simples será segui-la.

Autoridade do Ego

Para ter a Autoridade do Ego é preciso ter o Coração definido e simultaneamente, o Baço, o Sacro e o Plexo Solar indefinidos. Sendo assim, a Autoridade do Ego pertence apenas a Projetores e Manifestantes e, tal como o nome indica, é uma Autoridade egotista que se expressa de forma diferente entre Projetores e Manifestantes.

Já sabemos que o Plexo Solar contém as emoções, ao passo que o centro do Coração contém as vontades. Ambos podem parecer confluir muitas vezes, mas, no caso da Autoridade do Ego, é para confiar na sua resposta imediata: faça-se a sua vontade!

Nos Manifestantes, o Coração vai estar definido através da sua ligação com a Garganta e, como tal, a Autoridade do Ego é expressa através da voz. A resposta dada a alto e a bom som quase imediatamente, é a resposta que vale para os Manifestantes com Autoridade do Ego. “Eu quero!” ou “Eu não quero!” são a resposta da Autoridade do Ego. Neste caso, uma resposta imediata que vem do Coração, é a decisão certa para quem tem este tipo de Autoridade. É fundamental que os Manifestantes com Autoridade do Ego, não censurem o seu discurso e se permitam dizer tudo o que o Coração lhes manda. Inevitavelmente, a mente tenta interferir e censurar as respostas, limitando a probabilidade de a Autoridade do Ego ser ouvida.

Os Projetores com Autoridade do Ego têm o Coração ligado ao Centro G da sua identidade. Eles vão sempre tomar decisões de acordo com aquilo que se alinha com os seus princípios e ideais. Por este motivo, as suas decisões vão parecer sempre que vêm de um lugar de sabedoria profunda quando, no fundo, é apenas aquela ligação íntima com o Centro G a falar.

No entanto, é de ressalvar que a Autoridade existe para dar resposta quando a estratégia é seguida. No caso dos Projetores, é importante sentirem-se reconhecidos e, depois, esperarem pelo convite. Só aí podem e devem utilizar a sua Autoridade do Ego. Isto pode traduzir-se num jogo de paciência porque o Coração é um centro motor muito forte que vai estar a comunicar a sua vontade constantemente. O importante é só seguir esta vontade quando realmente existe o reconhecimento e o convite.

Quando a Autoridade vem do Ego (Coração) é essencial não se ter medo de parecer egoísta. Tomar a decisão que é melhor para si e só tendo em conta a sua vontade individual é, de facto, a forma certa de tomar decisões para esta Autoridade.

Autoridade Auto-Projetada

A Autoridade Auto-Projetada é exclusiva dos Projetores e existe quando o Plexo Solar, o Sacro, o Baço e o Coração estão indefinidos, mas o Centro G está definido através da sua ligação à Garganta. Existe então uma ligação próxima entre o centro que representa a identidade e o centro da comunicação. Assim, tal como os Manifestantes com Autoridade do Ego precisam de expressar a sua decisão em voz alta, também os Projetores com Autoridade Auto-Projetada necessitam de falar. No entanto, o processo é bastante diferente.

A Autoridade Auto-Projetada necessita de falar para encontrar a decisão certa. Isto não quer dizer que a Autoridade Auto-Projetada está à procura de opiniões ou da influência alheia para conseguir tomar decisões. Afinal de contas, estamos perante um indivíduo com o Centro G definido e que, por esse motivo, sabe bem quem é e não se deixa influenciar facilmente.

Este exercício de fazer o processo de tomada de decisão falando em voz alta não precisa, na verdade, de ser feito com outras pessoas. Um Projetor com Autoridade Auto-Projetada simplesmente precisa de falar alto, deixar as palavras fluir sabendo que estão a ser reconhecidas por quem os ouve ou até mesmo sozinho ou em frente a um espelho. No caso de ser a decisão certa, que vem do centro de identidade e não da mente, as palavras vão fluir sem resistência, hesitação ou confusão.  O discurso vai ser claro e conciso porque o Centro G dá acesso a uma sabedoria inata que nos conecta com o nosso Eu Autêntico.

Uma vez que para se ter Autoridade Auto-Projetada se tem vários centros indefinidos (Raiz, Baço, Sacro, Plexo Solar e Coração) e aqueles que podem estar definidos (Ajna e Coroa) dão azo a muita conversa mental e exploração de ideias, os Projetores com esta Autoridade devem focar-se na voz do seu centro G apenas e prestar atenção quando o seu discurso parece desconectado e atrapalhado porque isso significa que não está a vir do lugar certo. Por terem tanto espaço para receber condicionamento, as Autoridades Auto-Projetadas devem escolher cuidadosamente com quem fazem este processo de tomada de decisão, para que seja sempre alguém que os reconhece e se consiga manter imparcial. Eles precisam de um bom ouvinte e não necessariamente de um bom conselheiro.

Um bom exercício para este tipo de Autoridade é não ter medo de se perguntar “Eu quero mesmo isto? Isto vai fazer-me feliz?” e responder em voz alta e, a partir daí seguir essa decisão.

Autoridade Ambiental

A Autoridade Ambiental é a Autoridade dos Projetores que não têm mais nenhum centro definido senão a Garganta, Ajna e Coroa. Com tantos centros abertos, estes indivíduos são extremamente vulneráveis ao ambiente que os rodeia. Por esse motivo, tomar uma decisão importante num meio tóxico vai resultar em desastre. Sendo assim os Projetores com Autoridade Ambiental têm que escolher muito bem os meios em que se movimentam e saber proteger-se de energias alheias.

Imaginemos um Projetor com Autoridade Ambiental num bar às duas da manhã, rodeado dos seus amigos Geradores e Geradores Manifestantes já inebriados que o convidam para mudarem-se para uma discoteca e lá ficarem até às 5 da manhã. Naquele ambiente e com a energia sacral dos seus amigos, o Projetor com Autoridade Ambiental facilmente sucumbe e passados 30 minutos, o Projetor já sabe que foi a decisão errada porque se sente exausto e no dia seguinte tem de acordar às 8 da manhã.

Então como pode este Projetor tomar uma decisão? Já sabemos que um Ajna e uma Coroa definidos vão ter muitas ideias e explorar muitas hipóteses, vão contar histórias completas com princípio meio e fim. Já sabemos também que a mente não toma as melhores decisões. O que este Projetor precisa é de seguir um processo semelhante ao das Autoridades Auto-Projetadas, mas tendo em conta o Ambiente que o rodeia.

Ao contrário do Projetor com Autoridade Auto-Projetada, este Projetor não tem o seu centro de identidade definido, logo, não vai falar com a sua voz interior, pois é demasiado suscetível ao que está à sua volta. Logo, o Projetor com Autoridade Ambiental precisa de se afastar dos amigos e do barulho do bar, ir dar uma volta e apanhar ar fresco e aí sim, falar tudo o que lhe vai na cabeça em voz alta (com alguém imparcial) e a decisão certa virá ao de cima.

A Autoridade Ambiental é também conhecida como uma Não-Autoridade uma vez que não existe um centro concreto a assumir a responsabilidade da decisão. É essencial que os Projetores com Autoridade Ambiental saibam filtrar o que são emoções, medos, inseguranças ou racionalizações exageradas e que sejam muito seletivos em relação aos ambientes que os rodeiam.

Autoridade Lunar

A Autoridade Lunar é exclusiva dos Refletores. Os Refletores são o Tipo de Energia mais raro em que todos os centros se encontram indefinidos. Se as Autoridades Ambientais necessitam de gerir muito bem o ambiente que as rodeia, os Refletores são passadores. Afinal, o propósito da sua aura é servir de espelho, refletindo o seu meio ambiente e dando aos outros uma oportunidade de se verem como são.

No entanto, os Refletores não deixam de ser pessoas com uma vivência normal, que todos os dias necessitam de fazer escolhas e tomar decisões, com a sua própria Estratégia. Os Refletores não são seres completamente abertos, pois terão algumas portas definidas que lhes conferem determinadas caraterísticas de forma consistente.

Os Refletores vieram ao mundo para experienciar tudo e sendo assim, a Autoridade Lunar pede-lhes que aguardem um ciclo lunar para tomar qualquer decisão para que possam experienciar a energia das 64 portas. A energia que lhes aparecer de forma mais consistente ao longo do ciclo Lunar será a energia certa.

Logicamente, isto só se aplica às grandes decisões. Um Refletor não precisa de esperar 28 dias para decidir se deve jantar carne ou peixe. No entanto, deve fazer um ciclo Lunar antes de entrar numa relação pessoal ou de trabalho, comprar carro ou casa, sair do emprego, etc… Onde esse tempo não é possível para um Refletor, ele deverá ter em conta que ao tomar uma decisão fora desse espaço de tempo, ela não estará alinhada com ele. Como regra geral, se não é concedido tempo ao Refletor então é porque não é para ele.

As Autoridades funcionam todas apenas com base na Estratégia. Onde a Estratégia não é seguida, a Autoridade torna-se inútil. De nada vale uma Autoridade Auto-Projetada falar com os amigos que quer começar a namorar com uma colega quando essa colega nunca o “convidou” para namorar. Vivermos segundo o nosso Tipo de Energia, seguirmos a nossa Estratégia e ouvirmos a nossa Autoridade são o primeiro passo para nos alinharmos com o nosso Desenho Humano.

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