Muitos de vocês já sabem que o meu nome é João, que sou Especialista em Desenho Humano e que sou um Projetor Esplénico 5/1, mas hoje queria falar-vos um pouco sobre mim, porque há muito mais por detrás do nosso Tipo de Energia, Autoridade e Perfil. Na verdade, o caminho do Desenho Humano passa sempre pelo Descondicionamento e o condicionamento é a nossa história. Acredito na Autenticidade e no empoderamento que existe quando honramos a nossa trajetória de vida com um profundo respeito por quem somos e tudo o que o que passámos.
Cresci numa família modesta, num bairro do norte de Setúbal. Quando era pequeno queria ser jogador de futebol, mas desde cedo percebi que uma das minhas paixões era observar as pessoas. Sempre funcionei por intuição, desde o que comia até ao caminho que fazia para ir para casa. Não sabia explicar como sabia o que escolher, mas seguia sempre aquela voz dentro de mim. Não era um miúdo muito extrovertido, mas adorava andar na rua a brincar e, claro, jogar à bola. Em casa agarrava-me aos Legos e aos livros. A Espiritualidade sempre esteve na minha vida através da minha mãe que espalhava cristais pela casa e lia Paulo Coelho, Eckhart Tolle e praticava Reiki.
Fui um jovem um pouco fora do comum. Embora estivesse bem envolvido socialmente na escola e a fazer aquelas coisas típicas da idade, tinha um lado extremamente virado para dentro. Não fumava, não bebia e nunca experimentei drogas, simplesmente porque não eram coisas quem me dissessem alguma coisa. Gostava de História e na escola tinha uma tendência para desafiar os professores sempre que as regras não me pareciam justas.
Em casa, no entanto, a minha família ia-se desmoronando. Os meus pais separaram-se quando estava à beira da maioridade e embora não tivesse sido uma surpresa, não deixei de sentir as marcas. Considero-me uma pessoa muito ligada à entidade “Família” e foi um golpe duro ver a minha mãe ter que se refazer e o meu pai afastar-se. Sendo alguém que adorava estudar, acabei por não seguir os estudos universitários por motivos financeiros e, assim, de repente, perdi tudo o que me havia sustentado. Os amigos da escola seguiram o seu caminho, no meu tempo tinha ficado um enorme vazio e seguiu-se um tempo muito conturbado para mim.
De Viciado em Jogos a Militar
Foi nos jogos online que encontrei consolo. Ali, não só tinha um motivo para acordar todos os dias, como tinha uma comunidade que precisava e dependia de mim. Ainda por cima, era muito bom. A minha intuição, a minha capacidade de foco e de perceber e masterizar sistemas, rapidamente tornou-me num líder para os outros. Finalmente senti que tinha encontrado um sítio onde todas as minhas qualidades eram reconhecidas. Aquilo que era um hobbie, tornou-se num vício. Os jogos começaram a controlar a minha vida e os meus horários.
Tentei desistir várias vezes. A vida sedentária dos jogos começou a afetar a minha saúde, mas não era fácil. Quando saía do mundo dos jogos encontrava julgamento e solidão. O tempo ia-se arrastando e não estava fácil arranjar emprego. Quando não me restava mais nenhuma hipótese, alistei-me no exército. Treinei e treinei para me preparar para os testes. Fiz a recruta, que foi dura para quem não se alinhava com aquele tipo de mentalidade. Trocava pratos de carne por sopa com os outros recrutas porque não comia carne. Acabei por ficar no exército quase 7 anos, numa posição relativamente calma dentro do Departamento de Comunicações. Era um outro sistema que era fácil para mim de masterizar. Os jogos online, embora tivessem passado a ocupar um espaço menor, continuavam lá.
Quando saí do exército, fui trabalhar para o ramo da hotelaria. Foi por volta dessa altura que me comecei a dedicar mais à minha viagem interior. Afinal de contas, aproximava-se o meu regresso de Saturno e algo tinha de mudar. Comecei a dedicar-me a algo que já fazia quando tinha tempo: o auto-desenvolvimento. Comecei a olhar para dentro, o que tinha em mim. Qual era o meu sistema?
Uma das minhas vias foi o yoga. Algo que já praticava há bastantes anos e acabei por ir tirar um Curso de Professor de Yoga. Ao mesmo tempo a informação rodeava-me: o trabalho do Dr. Joe Dispenza e da Lacy Phillips mudaram a minha forma de estar. Quanto mais via dentro de mim e mais trabalho interior fazia, mais ia perdendo aquela relação com os jogos.
Quando o Desenho Humano Apareceu
Até que em 2018 cruzei-me com o Desenho Humano e foi algo que ressoou em mim de imediato. Era o primeiro sistema que encontrava em que me reconhecia por completo. O Desenho Humano não vê só um lado de quem és, mas dá-te a possibilidade de veres todos e de entenderes o porquê de muita da tua história. Perceber que era Projetor ajudou-me a entender por que é que necessitava tanto de reconhecimento para florescer, por que é que qualquer sistema é simples para mim, por que é que consigo ser tão focado numa coisa ou pessoa e por que é que é no papel de guia que me encaixo melhor.
Percebi também de onde vinha a minha intuição e agradeci-me por durante tantos anos ter sabido reconhecê-la e ouvi-la na maioria das vezes. Tantas pessoas são condicionadas a ignorar a sua Autoridade e eu sempre tive o discernimento de lhe dar ouvidos. Percebi que forçar as coisas não resulta para mim. Preciso de convite para entrar e isso tirou-me um peso dos ombros, porque o mundo à tua volta tem a capacidade de criar muitas expetativas e quando és uma Linha 5, ainda é pior. Comecei a reconhecer os meus dons assim como a saber observar com curiosidade as minhas falhas e, com carinho, começar a trabalhar nelas.
Como qualquer Linha 1 e mestre em sistemas, comecei a aprofundar o meu estudo. Consumi e ainda consumo um pouco de tudo sobre Desenho Humano. Nunca fui purista da source e soube ser humilde para ouvir tudo o que os outros também tinham para ensinar, sabendo filtrar aquilo que fazia sentido para mim. Tanto estudei com a Jenna Zoe, como com a IHDS ou a Karen Curry Parker. Sigo com muita atenção o trabalho do Richard Rudd com as Gene Keys. Acho que a minha Linha 5 não me permite seguir nenhumas linhas cegamente e sem questionamento. Isso não seria saudável para mim.
Continuei com a minha prática de infância de observar as pessoas, mas desta vez à luz do Desenho Humano e foi aí que percebi que era capaz de “adivinhar” o tipo de energia, os centros definidos, perfis, canais e portas das pessoas. Na verdade, já era Especialista em Desenho Humano antes de o ser.
Dar a volta à vida não é fácil. Já caí e me reconstruí muitas vezes, cada vez mais me afinando comigo mesmo e a minha vibração pessoal. Acredito que a minha história nada mais é que uma história e que tudo o que me aconteceu até hoje, trouxe-me aqui a este momento. Não me vou mais rebaixar, não vou mais fazer-me pequeno para poder acomodar os outros, não vou mais trair-me e não ser quem sou.
É comum pensar-se que os guias, influencers ou gurus da espiritualidade ou desenvolvimento pessoal são seres perfeitos que passam o dia a cantar om e a sentarem-se em meditação cada vez que têm um problema. A verdade é que a vida destas pessoas prossegue da mesma forma que a de todos os outros. De vez em quando falhamos, de vez em quando gritamos, de vez em quando cedemos às tentações. O que talvez nos torna um pouco diferentes é que evitamos o auto-julgamento, a auto-culpabilização e praticamos o amor próprio. Quando falo no amor próprio não me refiro aos banhos quentes e velinhas, mas sim à aceitação de quem somos. Quando falo no amor próprio falo na Fé em nós mesmos, aquela que não se abala com um qualquer arrombo dos outros.
Foi ao perceber tudo isto que entendi o meu lugar na vida, no aqui e agora, porque do amanhã nada sei. Dei um salto de fé e decidi que o Desenho Humano é algo a que me quero entregar completamente.
Estas decisões não se tomam sem muita busca interior e menos ainda sem o olhar pesado do julgamento exterior. O que aprendi até hoje é que a mente mente e o coração fala a verdade. Estou aqui para vos ajudar através do meu conhecimento. Quem está dentro do Desenho Humano ou mesmo dentro de outros tipos de Espiritualidade, sabe que se esperam tempos conturbados de muita mudança nos próximos anos. Quero estar do lado certo do futuro e quero ajudar-vos a fazê-lo também, se assim o entenderem. Afinal de contas, a minha Cruz da Encarnação é O Ângulo Direito da Cruz da Cura: é o meu Propósito de Vida.